terça-feira, 13 de outubro de 2009




A casa do tempo Perdido...

Bati no portão do tempo perdido,
ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
Pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
Pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolv0 e
Minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
No bater e bater.O
tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.

(Carlos Drummond de Andrade )

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