sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Eu vou sempre em frente...

Eu quero o delírio.
Eu sou assim.
Não pretendo a integração,
mas a abertura e a busca.
Encontrar pode ser impossível
ou desinteressante.
Quero o pressentimento.
Quero comprimir a tecla do computador
e explodir o ponto e arquear o contorno,
varando os limites que a vida há de preencher
e o sonho tornará possível.
Quero o delírio que me permita
cumprir o cotidiano
e amar o amor necessário
—mas que também faça as utopiasvirem sentar-se na minha varanda
e escrever no meu computador
quando a razão estiver cansada,
quando a técnica parecer frívola,
ou quando eu estiver descrente.

(Lya Luft)

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